A maioria das empresas está preocupada com as atividades que precisa desenvolver a curto prazo. Porém, para crescer de maneira a ser uma marca melhor e mais forte, as instituições precisam de uma estratégia a longo prazo. Um desses modelos de gestão estratégica é o Balanced Scorecard (BSC).
Traduzido como Indicadores Balanceados de Desempenho, este termo define uma metodologia das empresas que sugere que os indicadores para uma boa gestão devem tornar possível que as equipes tracem planos de olho no futuro e não apenas em indicadores econômicos a curto prazo.
A metodologia foi desenvolvida na década de 90 por dois professores: Robert Kaplan e David Norton. Desde então, ela vem sendo aplicada em múltiplas organizações do setor privado, público e ONGs ao redor do mundo.
Quando planejamos uma viagem, não nos baseamos apenas no preço do hotel e das passagens, observamos quais lugares são de nosso agrado, quais os mais relaxantes, os mais divertidos ou os mais românticos. Depende de como queremos que a viagem seja!
Da mesma forma uma empresa: apenas os lucros não são suficientes para garantir que ela está indo na direção que se propôs inicialmente.
Para saber isto, é preciso monitorar, junto a esses resultados, uma série de outros processos que estão diretamente ligados ao desempenho da empresa junto ao público.
Em resumo, essa metodologia tem como objetivo a concretização da visão da empresa no futuro. Para isso, é necessário alinhar tudo o que a instituição se propõe a fazer hoje com aquilo que ela almeja se tornar futuramente.
O sucesso da metodologia está em seguir um padrão previamente estabelecido, que direcione a marca para onde ela quer chegar no futuro.
Aos poucos, a estratégia toma forma, indo da definição de objetivos e dos indicadores levantados, que por sua vez medirão a que distância tais finalidades estão de serem concretizadas.
Então, finalmente, a criação de ações e procedimentos que acabam por atuar na melhora dos indicadores.
O Balanced Scorecard propõe quatro indicadores gerais aos quais as empresas devem estar atentas: perspectiva financeira, perspectiva de clientes, perspectiva dos processos internos e perspectiva de aprendizado e conhecimento.
1 – Perspectiva financeira
Você deve estar achando estranho, não é? Afinal, até agora comentamos que o foco do Balanced Scorecard não é propriamente financeiro.
Mas isso não significa que ele o ignore, até porque tudo é sobre isso. O lado financeiro revela se sua empresa permanece ou não no mercado; sem dinheiro nenhuma empresa se sustenta!
A perspectiva financeira trata de forma mais específica a questão do retorno monetário da empresa.
Pense numa empresa de pintura predial. Ela vai definir os seus objetivos financeiros num determinado período de tempo: dois, quatro, dez anos. Geralmente se avalia os objetivos financeiros a curto, médio e longo prazo, sempre tendo como base as expectativas que se tem.
Nessa etapa, a empresa traça alguns objetivos estratégicos específicos, por exemplo, que porcentagem ela quer alcançar sobre o capital investido em tantos anos, se precisa estabilizar o fluxo de caixa e como isso vai se dar, além de outros pontos.
A partir disso, a empresa poderá alinhar os seus rumos. Pensando no exemplo acima, ela poderá focar seus esforços nos trabalhos já realizados ou investir em pintura impermeabilizante. Tudo depende de como estará a situação financeira da instituição.
Claro que existem outras métricas de cunho financeiro, mas você deve escolher as que serão utilizadas de acordo com o tipo de serviço que sua empresa realiza, bem como as que sejam de fato importante para a saúde do seu negócio.
2 – Perspectiva dos clientes
Um cliente busca sua empresa quando procura, por exemplo, reboque de moto específico. Agora imagine que sua marca não venda e nem conheça aquele modelo.
Então, por não entender um aspecto do que os seus clientes estão procurando no momento, você perde resultados.
A perspectiva dos clientes se concentra em voltar as suas preocupações para o público consumidor da sua empresa. Aqui, a relação entre a empresa e a audiência é o foco, fazendo com que os esforços sejam feitos em prol da melhoria dela.
As estratégias desenvolvidas aqui devem pensar o seu negócio de maneira a cativar os seus clientes, principalmente, para que não só eles existam em quantidade, mas que estabeleçam uma relação de confiança com a sua marca.
Pense numa empresa de coleta de resíduos industriais. É fundamental estabelecer uma parceria de negócio com seus clientes. O primeiro ponto a se observar é se os serviços realmente estão atendendo às demandas e necessidades dos clientes.
A perspectiva do cliente é exatamente isso: olha de fora, com o olhar de quem consome, não de quem vende.
Para conquistar mais clientes e fidelizar aqueles que já consomem o seu produto ou serviço, as estratégias devem ser focadas em entender o que o consumidor quer, bem como atender às suas expectativas.
Mas isso deve acontecer de maneira interdependente. Uma empresa terceirizada motoboy, por exemplo, deve se preocupar em atender às expectativas da clientela, mas não deixar de prestar atenção às outras perspectivas apresentadas pelo Balanced Scorecard.
3 – Perspectiva dos processos internos
Na perspectiva dos processos internos o foco é pinçar os processos essenciais da sua empresa e melhorar os seus aspectos ao máximo.
O objetivo é qualificar cada um desses processos para que, em consonância com as outras perspectivas, a empresa acabe gerando resultados cada vez melhores.
Se um dos processos cruciais de sua empresa é um projeto elétrico predial, por exemplo, deve-se estabelecer estratégias para que ele seja executado da melhor maneira possível.
É necessário adaptar as condições para que esses processos ocorram com excelência, mas de maneira orgânica e fluida.
Além disso, é necessário também que se perceba alguma falta em sua empresa nesse quesito. Às vezes, algum processo acaba surgindo quando se analisa o quadro geral do seu negócio.
Identificar a necessidade de criar um novo processo faz com que se facilite a realização dos serviços de um modo geral.
Além do projeto elétrico, sua empresa percebeu que seria necessário a elaboração de um novo processo, o de um projeto de fachada, para melhor visualização pelo cliente.
Aqui, precisamos entrelaçar a perspectiva de processos com a perspectiva do cliente, assim tornamos nossos processos cada vez mais direcionado.
A melhoria na qualidade dos processos pode ser testada através de:
- Produtividade;
- Agilidade no atendimento ao cliente;
- Inovação e tecnologia;
- Outras métricas de desempenho internas.
4 – Perspectiva do aprendizado e crescimento
A perspectiva do aprendizado e crescimento observada por uma empresa deve fazer com que ela tome ações que a façam ter conhecimento e experiência para atingir os objetivos traçados a curto, médio e longo prazo.
Para se destacar no mercado, uma escolinha de natação infantil deve ter professores e professoras qualificados para ensinar e fazer com que a empresa tenha reconhecimento pelo público, principalmente, como um exemplo de qualidade.
Nesta perspectiva, você e sua empresa devem definir estratégias que tornem a marca mais capacitada para realizar os serviços. Isso pode ser feito de diferentes maneiras:
- Cursos de capacitação e treinamento de profissionais;
- Iniciativas que melhorem o clima organizacional;
- Organizar e refinar as informações de clientes;
- Outras iniciativas que desenvolvam sua equipe.
Para isso, é necessário ter uma visão mais apurada da empresa a longo prazo. Investir na capacitação de pessoas é querer contar com elas no seu time daqui a cinco ou seis anos.
Fazer uma empresa crescer, requer fazer com que as pessoas que se dedicam a ela cresçam junto.
Com esse crescimento organizado, é mais fácil revisar as estratégias e alinhar os objetivos da empresa, principalmente, se algo sair dos trilho no meio do caminho.
Isso facilita, por exemplo, a organização de informações importantes que podem ser cruciais para o seu negócio no futuro.
As vantagens do Balanced ScoreCard
Essa metodologia ajuda as empresas a implantarem a sua visão de negócio a longo prazo nos pequenos detalhes do dia a dia.
A vantagem disso é que não é necessário parar processos e deixar de produzir para tomar providências e executar essa metodologia, é algo que vai sendo inserido organicamente na empresa.
Mas para isso é necessário estabelecer essa inserção. É preciso um planejamento, uma espécie de mapa que te guie e mostre o caminho de como aplicar todas essas estratégias e perspectivas de maneira sólida.
Para fazer com que esse projeto saia do papel, sua empresa vai precisar pensar estrategicamente o amanhã e desenvolver ações programadas e alinhadas que a façam chegar ao objetivo.
O Balanced Scorecard acaba se tornando um meio para que você saiba se está trilhando o caminho que inicialmente planejou.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
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