Quem busca um financiamento imobiliário deve ficar atento não só às exigências de cada banco, mas também às variações da principal taxa de juros do país. Dependendo da mudança, o crédito imobiliário pode se tornar mais caro ou barato.
A Selic é a principal taxa de juros da economia brasileira. Definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), essa taxa é associada ao custo do dinheiro. A sua redução costuma provocar o aumento do consumo pela população, já que o crédito se torna mais barato. Contudo, esse movimento pode provocar um aumento da inflação.
Por outro lado, o aumento da Selic pode tornar o empréstimo de dinheiro mais caro, o que funciona como um instrumento para reduzir o consumo da população. Nos últimos anos, a taxa Selic apresentou queda e chegou a 2,25% em agosto de 2020, o que afetou as aplicações financeiras de todos os brasileiros.
Contudo, em 17 de março de 2021, o Copom decidiu aumentar a Selic para 2,75% — o que configurou a primeira alta em seis anos. Se você está no processo de compra da casa própria, confira por que é importante ficar atento às variações dessa taxa.
A taxa
A Selic foi criada em 1979, período em que a economia brasileira foi marcada por hiperinflação. O objetivo dessa criação foi estabelecer uma ferramenta de controle da inflação.
A Selic influencia todos os setores da economia, incluindo o mercado imobiliário. Os “juros básicos” são utilizados pelo Banco Central brasileiro nas operações com títulos públicos federais — que ocorrem no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC).
Boa parte desses títulos são comprados pelos bancos. Isso explica por que a taxa serve de referência para as demais taxas de juros praticadas na economia do país.
Dinheiro em caixa
Qualquer governo precisa ter dinheiro em caixa para fazer investimentos, financiar políticas públicas e pagar dívidas. Os impostos são a principal forma de arrecadação dos governos, mas não a única.
Os títulos do Tesouro Nacional são certificados de dívida emitidos e vendidos pelo governo através da Selic. Assim, quem compra um título desses adquire o direito de receber, em uma determinada data, o valor de volta com o acréscimo de juros.
A maioria dos títulos do tesouro são comprados por grandes instituições financeiras, o que obriga o depósito de depósitos recebidos no dia em uma conta no Banco Central. Essa é uma forma de regular a quantia de dinheiro em circulação e, assim, evitar o aumento da inflação.
Mercado imobiliário
Quem está à procura de um financiamento imobiliário deve ficar atento às variações da Selic. A razão para isso é que esse tipo de financiamento se trata de uma operação de longo prazo que pode sofrer reajustes anuais em determinadas condições.
Nesse contexto de crédito mais caro e possíveis mudanças econômicas, as pessoas podem ficar mais receosas para buscar crédito no mercado imobiliário para comprar uma casa ou apartamento.
Se a taxa Selic estiver alta, o crédito fica mais caro e pode haver mais dificuldades para conseguir o empréstimo com um banco. Por outro lado, se a Selic estiver baixa, as condições de financiamento ficam mais vantajosas e o crédito sai mais barato, o que torna o sonho do imóvel próprio mais próximo de se tornar realidade.
A previsão de alguns analistas é a de que a Selic esteja em torno de 5,5% no fim de 2021. Se isso ocorrer, as taxas do crédito imobiliário podem subir. Contudo, eles dizem que esse impacto no mercado imobiliário não será tão imediato. Alguns analistas apontam duas razões que tornam agora um bom momento para adquirir um imóvel próprio
O primeiro é que as taxas de juros do crédito imobiliário permanecem na mínima histórica, de aproximadamente 6,25% ao ano. O segundo, é porque se nota um aquecimento no mercado imobiliário, que estava estagnado nos últimos quatro anos.