Conheça um pouco mais sobre este item tão necessário na vida das mulheres.
A cada mês, o organismo da mulher prepara-se para receber um bebê. Quando isso não acontece, há uma baixa hormonal significativa, e o “ambiente” que estava aguardando para acomodar uma nova vida é desfeito. Daí, vem a menstruação, nada mais que a descamação do endométrio.
Por muito tempo, a menstruação feminina foi tratada como um tabu, assunto que não deveria ser nem sequer mencionado publicamente. Hoje, principalmente por conta das conquistas dos movimentos feministas, o tema vem sendo cada vez mais naturalizado, exatamente por ser algo que faz parte do ciclo reprodutivo feminino.
Sangue não é algo sujo nem venenoso, como achavam os antigos na Idade Média, mas algo natural. Ainda assim, a história do principal utensílio usado para conter o fluxo menstrual é muito pouco conhecida. Você sabia que, há 2.000 anos a.C., em algumas sociedades antigas, já se usava uma versão artesanal do absorvente interno?
Os absorventes aparecem como uma ferramenta que oferece mais higiene e conforto para que a mulher possa fazer suas atividades diárias sem a preocupação de estar molhada ou ter vazamentos nas roupas. Isso sem falar na higiene, já que o sangue acumulado indevidamente pode causar doenças.
As mudanças que conseguimos ver hoje, em relação à forma como enxergamos o ciclo menstrual, também podem ser percebidas nos usos dos absorventes e na própria evolução dessa peça tão necessária para todas as mulheres, como você vai ver a seguir.
2000 a.C. — absorvente interno artesanal
Pode parecer estranho, mas os primeiros registros de algo parecido com o absorvente interno aparecem mais de quatro mil anos atrás. Trata-se de versões artesanais, feitas com materiais que conseguiam conter o ciclo menstrual.
No Egito, por exemplo, as proteções eram feitas com papiro processado, inseridas no canal vaginal, enquanto, em Roma, elas eram produzidas com chumaços de lã. No Japão, “canudinhos” de papel davam conta do recado, mas na Grécia, pedaços pequenos de pano eram inseridos com ajuda de gravetos.
476 d.C. a 1492 — toalhinhas
Durante a Idade Média, as mulheres usavam as chamadas “toalhinhas”, pedaços de tecidos dobrados e colocados entre as pernas. Trata-se da primeira versão de um método de absorção que poderia ser reutilizável.
O único problema era que, naquela época, as práticas de higiene eram bem duvidosas. A água usada na limpeza das toalhinhas era suja, pois era reutilizada, e não se usava sabão para higienizá-las. Como resultado, o aparecimento de fungos e corrimento acabava sendo muito comum.
Século XIX — primeiros absorventes descartáveis
Os primeiros registros de modelos como são conhecidos atualmente datam de 1894, nos Estados Unidos. Em 1890, a Alemanha já comercializava os absorventes descartáveis. Naquela época, eles eram feitos com bandagens para fixarem nas peças íntimas femininas, sendo vendidos em pacotes de seis unidades.
Século XX — absorventes internos
O absorvente como conhecemos hoje foi desenvolvido a partir da Primeira Guerra Mundial, quando as enfermeiras notaram a potencialidade de materiais que eram usados para curativos em soldados feridos em batalhas. No Brasil, essa novidade só chega em 1930, com o Modess — a primeira linha de absorventes descartáveis no país.
Em 1933, surgem os absorventes internos com aplicador. Nos Estados Unidos, eles receberam o de Tampax, enquanto na Alemanha, eram chamados O.B. — abreviação de “ohne binde”, isto é, sem toalha, em português.
Século XXI — calcinhas absorventes
A mais nova revolução no que diz respeito a esse assunto é a chamada calcinha absorvente, uma peça capaz de manter o fluxo no tecido por algumas horas, dependendo do volume.
Elas são fabricadas com algumas camadas finas de tecidos com uma tecnologia avançada, que consegue conter a menstruação de forma muito mais higiênica e funcional. Sem falar que você ajuda o meio ambiente porque elas são reutilizáveis e têm boa durabilidade.